terça-feira, 25 de outubro de 2011

Prisão

- Pena que ele ficará ai pra sempre.

Foi a última coisa que ele ouviu, após ser trancafiado e esquecido por lá. De vez em quando aparecia alguém para visitá-lo, porém, nunca respondia quando falavam com ele.

Não os respondia pois estava longe demais para isso. Gostava de ficar longe, vagar por vastos campos, completamente sozinho, apenas com alguns bichos para apreciar e algumas frutas para comer.

Quando não estava nos campos, estava ouvindo o seu velho rádio, sentado próximo à lareira, coisa que mais gostava de fazer antes de o trancafiarem.

Até onde se lembra, nunca reclamou de estar ali, afinal, não tinha escolha. Não se pode escapar da morte.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

3 - !

Ao acordar, sentiu seus braços amortecidos e sentia muita dor de cabeça. Olhou em volta e percebeu que não estava mais na casa do velho. Estava dentro de uma jaula em um local fechado, sem qualquer tipo de entrada de ar ou luz. Havia apenas uma vela, que já estava no toco.

Desesperado ele começou a gritar, porém, ninguém podia escutá-lo. Até ele se dar conta disso, já havia perdido a voz. Quando achou que tudo já estava perdido, escutou ao longe uma porta abrindo e vários passos apressados em sua direção. Um grande feiche de luz foi lançado em sua direção, quase o cegando. Enquanto sua visão estava embaçada, escutou a jaula abrir e sentiu uma forte pancada na cabeça, o deixando tonto.

Enquanto estava tentando se levantar, ainda tonto, outra pancada. Foi nocauteado. Ao fundo, várias pessoas conversavam, parecia que estavam tentando chegar a um acordo. E chegaram. Ele pode ouvir claramente um deles dizendo:

- Esse cara já era. Acho que foi a nossa experiência mais trabalhosa nesses últimos anos, não?
Enquanto ele estava tentando entender o porquê daquilo, outra pessoa começou a falar:

- Vamos aceitar este fato, não precisamos mais de "ratos" para fazer os testes por nós. Já sabemos que a viagem no tempo é possível, nossos portais são provas claras disso.

"Portais", ele pensou. "Rato", "testes", "viagem no tempo". Ele não passava de um rato de laboratório, de um nada, era apenas mais um, outra vítima de pessoas que apenas visavam a viagem no tempo e o lucro que poderiam obter com isso.

Antes que ele pudesse se mexer, uma terceira voz falou:

- Vamos acabar logo com isso.

Então, outra pancada em sua cabeça, porém, muito mais forte que as anteriores.

Desmaiou.

Abriu os olhos. Se levantou, olhou bem em volta e se deitou de novo. Não fazia a menor ideia de onde estava. Assustado, se levantou rapidamente e seguiu em direção a porta. Ao passar por ela, algo de estranho aconteceu.



sábado, 10 de setembro de 2011

2 - ...

Ao acordar, já não estava mais naquele local. Não havia pessoa alguma, nem acidentes, nem nada. Estava dentro de uma casa velha de madeira, sentado em uma poltrona com um copo em sua mão. Na sua frente, estava um senhor muito pálido, sussurrando rapidamente coisas que ele não podia entender. Não naquele momento. Interrompeu o velho em tom agressivo:

- Cale a boca! Por que o senhor está sussurrando, onde eu estou, quem é você, e o mais importante, o que está acontecendo?

O velho o fitou, completamente impassível. Ele aguardava alguma resposta, mas não, o velho o atingiu com um tapa na cara. Quando ele ia começar a gritar, o velho tapou a sua boca e falou:

- Você quer morrer? É isso? Antes de eu lhe falar qualquer coisa, você terá que me respeitar. Ou você me respeita, ou eu te entrego. O que vai ser?

Silêncio

- Bom, já vi que você irá me respeitar. Estava sussurrando pois não queria que ninguém ouvisse nossa conversa. Onde está, e quem eu sou não é o mais importante no momento. Agora você precisa saber o que está acontecendo. Ao longo dos anos, casos parecidos com o seu vem acontecendo. Ultimamente, eles estão mais frequentes do que o normal. Parece que...

Antes que pudesse ouvir o velho terminar, se sentiu tonto e apagou. Só podia ouvir de longe, os gritos desesperados do velho.

1 - ?

Abriu os seus olhos. Se levantou, olhou bem ao redor e se deitou de novo. Não fazia a menor ideia de onde estava. Assustado, se levantou rapidamente e seguiu em direção a porta. Ao passar por ela, algo de estranho aconteceu.

Sentiu o ar mudar, suas pernas começaram a tremer, seus braços não pareciam tão úteis quanto antes e a parede havia se tornado um grande penhasco. Estava em uma beirada qualquer, com os braços congelando, sem muito o que fazer. Avistou a porta pelo qual chegou neste local, e passou por ela novamente.

Agora podia sentir os seus braços, estavam até melhores do que o normal. Suas pernas já não tremiam mais, porém, sua cabeça estava toda enfaixada. Seu olho esquerdo estava menor do que o normal. Gritos ecoavam ao seu redor, estava ao lado de um carro capotado, segurando uma pessoa.

Ele não fazia a menor ideia do que estava acontecendo, mas sabia que não podia soltar aquela pessoa de maneira alguma, se não, ela iria ficar pior do que já estava. Novamente, sentiu sua perna tremer e se sentou ao lado do carro, com a pessoa deitada em seu colo. Desmaiou.

domingo, 21 de agosto de 2011

Friends

Ao som de muitas risadas, cantorias, pessoas eufóricas, fumaça e bebidas, a diversão foi garantida. Sentados no meio fio ao som de Frank Sinatra, conversavam e bebiam sem preocupação alguma, eram apenas eles naquele momento. Coisa que não acontecia todo dia.

Aproveitaram ao máximo aquela situação. Se xingavam, elogiavam, batiam, abraçavam. Coisas que muitos não entendiam, mas pra eles fazia todo o sentido. O mundo era deles (ao menos uma parte).

Amigos de muito e pouco tempo, mas, todos sentiam a mesma coisa uns pelos outros.

A noite fluia ao longo de conversas e sarros. Muitos foram embora, e se viram no outro dia, repetindo o mesmo ato. Não todos, mas grande parte.

Amigos.

domingo, 14 de agosto de 2011

Natu

Como pude ficar tanto tempo preso às coisas materiais? Ontem realmente aprendi que não há nada comparado com um belo pôr do sol. Olhei para frente e avistei lá longe, no horizonte, o sol se despedindo de maneira majestosa.

Olhei para cima, mas na direção oposta, e vi a lua. Tão bela e tão grandiosa quanto o sol, lá estava ela, chegando de maneira estupenda em nossas vidas. Fiquei embasbacado com tal visão.

A partir daquele momento, percebi que perdi tantas coisas belas em minha vida e que não tenho mais tempo a perder.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Morro

Escalava a algumas horas, estava quase chegando ao topo da montanha. Porém, tudo não ocorreu como o desejado. Seu pé escorregou em uma pedra e ele caiu. Caiu tão rápido que nem foi possível notar se a queda foi dolorida ou não. Somente se lembra de estar em um local amplo e muito escuro. Tentou se comunicar:

- Olá? Tem alguém aqui?

Sua voz ecoou ao longo do local, porém, não foi respondido.

- Aonde estou? Como vim parar aqui? Me lembro de estar escalando uma montanha e de ter escorregado enquanto me apoiava em uma pedra.

Nada de respostas. Ficava desesperado com o que estava acontecendo ali. No fundo ele sabia, mas não queria admitir.

- Isso não pode estar acontecendo, não posso estar morto, não posso acreditar nisso. É tudo um sonho, só pode ser. Se realmente estou morto, ao menos gostaria de um pouco de luz neste local.

Sentiu seu corpo sair do chão e começar a subir rapidamente, como se estivesse voando. Chegou em um local claro, mas mesmo assim não estava satisfeito, resmungava pra si mesmo palavras sem sentido.

Mas, ao passar do tempo, começou a aceitar mais este fato.

- Eu poderia ter feito tanta coisa, tinha tantos planos, tantas ideias. Tudo foi montanha abaixo. Inacreditável como as coisas acontecem de uma hora para outra. A algumas horas atrás eu estava planejando coisas para o fim de semana, e agora estou aqui, no eterno vazio. Sempre fui um bom homem, nunca fiz nada de mal para ninguém. Acho que não mereço isto.

Ao terminar a frase, avistou uma pessoa se aproximando dele, em passos leves, que quando chegou perto dele, disse:

- Venha comigo.

Então ele foi, sem medo de se aventurar nesta nova "vida".

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Liv

Viva. Viva a sua vida como se não houvesse amanhã. Aproveite cada dia que se passa, pois ele é único e nunca mais voltará. Respire ar fresco, dance, cante, pule, grite, saia, corra, curta. Curta o máximo que puder pois a vida é curta. Faça novos amigos, mas não se esqueça dos velhos, viaje, faça coisas que sempre quis fazer. Se desapegue das coisas, se apague à família, amigos, natureza. Viva.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

#5

Sempre pode confiar nela, afinal, estavam juntos há mais de 3 anos. Porém, um dia, toda esta confiança virou pó, juntamente à alegria e ao amor que sentia. Descobriu que ela havia o traído. Nunca suportou traição, largou tudo e foi embora, para nunca mais voltar.

Viajou pelo mundo todo, atravessou um deserto, nadou com tubarões, escalou montanhas, dormiu em cavernas e muitas outras coisas.

Ao voltar para sua cidade, ele à avistou com outro rapaz, ambos pareciam felizes. Ficou-a fitando, seus olhares se cruzaram, ela abixou a cabeça. Ele não se importou, afinal, havia superado aquela história. Recordou brevemente de seus momentos com ela e sorriu, mas sempre soube que aquele dia marcou o fim, porém, gerou um novo começo.

domingo, 12 de junho de 2011

Laranja

Seu coração batia mais rápido e mais forte a cada segundo que se passava. Tudo que falavam para ele naquele momento era incompreensível. Estava extasiado. Sentia o sangue pulsar fortemente dentro de suas veias, estava subindo para sua cabeça.

Raiva.

Saiu puto daquele lugar, estava pouco se fodendo para as pessoas que estavam ali. Buscava algo que nem ao certo sabia o que era. Era tarde, a cabeça estava quente, o coração queria sair pela boca. A realidade o atingiu com tal força que o deixou furioso. Enquanto balbuciava palavras sem sentido ao decorrer de seu caminho, parou um uma farmácia e comprou um calmante. Enquanto tentava abrir o pote, sua mão tremia. Tomou 3 calmantes e retomou a caminhada.

Sentiu-se mais tranquilo, a frequência cardíaca foi diminuindo levemente, até se estabilizar. Se deu conta do que havia ocorrido. Se tornou impassível.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Lucidez

Encurralado por suas próprias angústias ele foi arremessado ao longe, para o abismo da decadência. Perdido na escuridão com a fraca luz da sanidade, tentou manter a calma. Respirou fundo e foi em frente, enfrentando todos os tipos de problemas que já havia enfrentado em sua vida, porém naquela época não soube resolvê-los.

Com esforço, paciência e dedicação encontrou a melhor solução para os primeiros problemas. Mas logo em frente, o maior problema de sua vida o aguardava. Ao encontrá-lo, ele ficou o encarando por horas. Mexia a boca alguns instantes, mas nenhuma palavra saia dela. Reparou que quanto mais pensava, mais a luz da sanidade voltava a brilhar.

Com palavras sábias enfrentou o problema, mas ainda estava dentro daquele abismo. Se sentia sufocado, estava entre duas enormes paredes, só podia ir para frente ou voltar. Resolveu se deitar, com muito esforço conseguiu, e acabou adormecendo.

Ao acordar, percebeu que não estava mais em abismo algum, e sim enfrentando novamente as angústias. Com calma conseguiu enfrentá-las, sem medo, sem dor. Se sentiu bem no fim. Re-aprendeu a amar.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Is a warm gun

A verdadeira felicidade é dificilmente encontrada em coisas materiais. O que a maioria das pessoas encontram nestas coisas, é apenas uma mera ilusão. Feliz é aquela pessoa que não se apega à bens materiais, que sorri sinceramente e que se sente bem mesmo com tudo o que acontece ao seu redor.

Sei que não sou feliz. Me faltam os reais motivos para ser. O consumismo só joga em minha cara o quão distante da felicidade estou. Junto com isto vem a tristeza e o desespero na tentativa de encontrar a felicidade. E isto gera mais consumo. A única maneira de parar com este ciclo e alcançar tal destino, é parar, refletir, e agir.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

É seu.

Seu cabelo voava contra o vento e seus olhos castanhos não mentiam o seu estado, ela estava feliz. Caminhava descalça, gostava de sentir a areia fofa e a água do mar em seus pés. Conversava com sua amiga enquanto caminhava, as duas estavam felizes, não se importavam com o mundo exterior, queriam saber somente daquele momento.

Mais tarde, em casa, ela estava preparando sua câmera para fotografar o por do sol. Estava ansiosa, pois estava estreiando sua nova máquina, e gostaria de ao menos uma foto boa. Ao chegar na praia, avistou aquela bela paisagem e sorriu. Seu sorriso irradiou juntamente ao sol, e assim, começou a fotografar. Enquanto fazia isto, escutava músicas de sua banda favorita.

Ao terminar tudo, caminhou lentamente contra o vento, todos os olhares da praia foram atraídos à ela. Estava espetacularmente linda. Recebeu vários elogios, e várias cantadas mas apenas sorria e continuava caminhando, não se importava com nada. Estava pensando em uma pessoa especial. Pensava nos momentos ao lado daquela pessoa, bons e ruins, alegres e tristes, pensava.
Adorava pensar em planos para o futuro ao lado dela, não conseguia se imaginar sem aquela companhia que ela tanto adorava.

Ao chegar em casa, deitou-se no sofá e adormeceu. Sua mente estava longe de seu corpo, estava presa a alguém.

Trágico.

Chegou ao ápice de sua paciência, estava cansada de tudo. De toda falsidade que a rodeava, de todos àqueles hipócritas sujos que a chamavam de irmã. Resolveu dar um basta naquilo, encontrando uma única solução: suicídio.

Estava decidida a fazer isto. Antes de tudo, escreveu uma carta onde explicava aos seus pais, o por que de cometer tal ato. Ao terminar de escrever, releu ela de ponta a ponta e começou a chorar. Nunca mais iria ver os seus pais novamente e sabia que eles iriam ficar terrívelmente abalados após sua morte. Mas ela iria dar um fim à tudo, de qualquer jeito.

Saiu de casa, começou a subir às escadas para o último andar de seu prédio. Para cada degrau que subia, o arrependimento ia crescendo. Ao chegar no topo do prédio, se dirigiu até a beirada. Estava completamente escuro, as luzes da rua estavam apagadas, nenhum carro passava no momento, todos do prédio dormiam.

Sentou na beirada do topo do prédio, observou a lua e as estrelas pela última vez, prendeu a respiração e, quando ia se arremessar, sentiu uma mão à segurando forte, e uma voz de um homem que gritava:

-Não faça isso! Não existem motivos fortes para você tirar a sua própria vida!
-Você não sabe o que diz! - ela replicou.
-Então me diga, por quê está fazendo isso?
-Estou cansada de tanta falsidade neste mundo, de tantos mentirosos, arrogantes e egoístas! O mundo está perdido, e vi que o único jeito de escapar disto tudo era a morte.
-Você tem razão, o mundo está cheio de pessoas horríveis que só pensam em si mesmas e em suas propriedades materiais. Porém, pessoas como você podem fazer a diferença, pessoas que vêem o mundo da mesma maneira que você e tem o poder para poder alterar isso. Se não conseguir, você deve aceitar que as pessoas de hoje são egoístas e que de fato, o mundo não é mais o mesmo.
-É, você está certo.
-Ótimo, agora volte para sua casa.

Enquanto o homem se afastava, ela fechou os olhos e se lançou em direção ao chão.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Quaisquer.

Mal ele reparou nos detalhes, na cor de seus olhos, cor do seu cabelo, seu sorriso, suas palavras. Tudo que acontecia naquele lugar, só acontecia entre os dois, o tempo parou para eles. Porém, ele não pode aproveitar de tal divindade pois estava tão obcecado, que nem percebeu o grande erro que estava cometendo.

Após o tempo descongelar e ele observar ela partir sem mais nem menos, parou para pensar no que pode ter feito de errado. ''Acabei de estragar o melhor momento de minha vida pois não à dei atenção o suficiente''. Correu atrás e tentou se explicar, mas já era tarde, ela já havia desaparecido.

Dentro de sua cabeça, ficou se martirizando por ter cometido aquele absurdo, ter pensado somente em si e no que acontecia ali e não em ter prestado atenção nela. Ele gostava de verdade, mas conseguiu estragar tudo em questão de segundos. ''Isto não vai ficar assim'', pensou. Saiu de casa sem avisar ninguém para onde estava indo, e foi em direção a casa dela.

Ao chegar em seu destino, tocou a campainha e a mãe dela abriu a porta e disse:
- Entre, ela está lá em cima.

Subindo a grande escadaria, um turbilhão de pensamentos passava por sua cabeça. Ao chegar na porta do quarto, entrou sem bater e viu o que mais temia. Ela estava beijando outro rapaz, mais alto, mais forte e mais rico. Tentou se explicar, mas ele não quis ouvir. Desceu a escada do jeito mais rápido que pode e correu. Correu para o longe, raivoso, sem direção. Quando deu por si, estava no local de seu primeiro beijo com ela. Sentou-se ao lado daquele velho orelhão, cheio de boas e más lembranças. Após 2 horas sentado naquele local, pensando no que fazer, retornou para sua casa e dormiu. Uma única palavra inundava em sua cabeça:
''Recomeçar''.

sábado, 16 de abril de 2011

Sem título

Acordou cedo aquele dia, abriu as cortinas e observou o nascer do sol. O dia estava começando e ele já sabia o que iria acontecer. Tomou um banho, vestiu-se, colocou todas as suas coisas dentro da mochila, pegou o seu mp3 e colocou na música preferida. Saiu de casa para mais um dia. Na rua comprimentou os conhecidos. Estava de bom humor. Parou na padaria mais próxima e tomou um café. Pagou a conta, partiu para o seu destino.

Em uma longa caminhada observou as horas e viu que estav atrasado. Começou a andar mais depressa, até chegar no ponto de ônibus.

O ônibus chegou. Entrou, pagou a passagem e sentou no banco próximo à janela. Admirou a paisagem por um bom tempo "como pude ignorá-la por tanto tempo''. Chegou ao seu destino, desceu do ônibus. Ao virar a esquina, avistou-a. "Como está linda", pensou. Se abraçaram e sentaram ao pé de uma árvore. Passaram horas e horas conversando. Nada que estava ao redor importava. Naquele momento, só os dois existiam no mundo. Isso foi quebrado por uma ligação que a fez ir embora, quebrando subitamente o momento.

Triste, ele segue para casa. Retorna para o ponto de ônibus. Quando o ônibus chega, ele o adentra e senta no fundo. Chega em seu destino, sai do ônibus e vai para casa. Ao abrir a porta da frente, escuta seus pais lhe dando uma bronca, mas não liga e vai para o seu quarto. Deita em sua cama, espia através das cortinas e vê como a noite está linda. Fecha os olhos e adormece feliz.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O Fim.

É o fim. Tudo que estava em minhas mãos momentos antes, virou pó e partiu para o infinito. Todos os sonhos, todos os momentos, todas as horas, todos os dias, todos os anos, todos os planos, tudo, acabou de desaparecer. Silêncio, vazio, escuridão. Agora a opção é buscar pela claridade das coisas, iluminar o meu caminho e enxergar o fim dele. Foi bom enquanto durou.

domingo, 10 de abril de 2011

#4

Engraçado o rumo que as coisas tomam. Um dia você está se sentindo extremamente bem e agradecendo por ter uma vida boa e, de repente, tudo pode desabar e você pode se encontrar no fundo do poço, sem ninguém, apenas com sua sombra e suas lamentaçõs sobre como a sua vida é ruim. Porém, você não faz ideia que a pessoa que você sempre considerou a mais distante de ti, na situação em que você está agora, pode se tornar a sua melhor amiga, te tirar do fundo do poço e te ajudar a reconstruir a sua vida. É, e quando a gente menos percebe, está no topo de novo e volta a se afastar desta pessoa, assim, fazendo a maior merda que você pode fazer.

domingo, 3 de abril de 2011

#3

Quer saber? Que se foda. Eu to cansado dessa porra toda de só me cobrarem, pedirem favor e nunca perguntarem como é que eu estou. Que tipo de pessoas são essas que nem ao menos sabem fingir que ligam pra você? E ainda querem cobrar as coisas, caso você não faça. Quero que todas as pessoas desse tipo criem vergonha na cara ao menos uma vez e parem pra pensar a merda de pessoas que elas são.

sábado, 2 de abril de 2011

I'm free at last.

I know this isn't the right thing to do right now, but, who cares? 90 % of the people that i know, doesn't give a shit. Well then, let's do it and see what happens. If it has some possibility of what i'm thinking happen, it'll worth the shot, but, if it don't, well, at least i've tried. Now, let's go.

terça-feira, 29 de março de 2011

Simpática

Me levanto, olho para o relógio e vejo que estou atrasado. Arrasto meus pés pela casa, vou até a cozinha, faço café e começo a beber. Por um momento me esqueço que tenho vários problemas para resolver e que estou atrasado, mas logo volto à realidade. Termino o café, tomo um banho, me arrumo e saio de casa, para mais um dia monótono. Me preparo psicologicamente para poder suportar todos aqueles mentirosos, aqueles sujos que infelizmente fazem parte do meu dia. Chego ao meu destino, respiro fundo e caio de cabeça nessa imundice toda. Estou aqui a apenas meia hora e já não estou aguentando mais tantas mentiras e tantas reclamações, e sei que isto vai acontecer no outro dia, e no outro, e vai continuar acontecendo até que algo apareça e acabe com tudo isso, pois não consigo sair disso, estou preso nessa rotina. Porém, avisto algo completamente do meu cotidiano. Aperto meus olhos para conseguir entender o que é aquilo que avisto, porém não consigo. Então, sem medo do desconhecido, caminho até aquilo e vejo o que é. É a minha salvação dessa imundice toda. E então, digo adeus para todos esses porcos mentirosos e saio dessa vida, parto para uma nova, uma nova rotina que com certeza, será muito melhor do que está que acabei de largar.

domingo, 27 de março de 2011

#2

Enforcar todos eu vou, acabar com eles e recomeçar. Já passou da hora destes sentimentos irem embora. Uma nova vida iniciar, reconstruir cada coisa. Apenas deixarei 2 coisas do meu passado, que espero que sejam constantes em meu presente e no meu futuro, sem mais.

sexta-feira, 25 de março de 2011

#1

Como as coisas são engraçadas, um dia você está no topo do mundo, repleto de amigos, de sorrisos e a alegria contagia o ar. No outro dia, você está no fundo do poço, sem amigo algum, e seus únicos companheiros são a tristeza e a solidão. É, a vida é assim, e devemos aceitar isso pois, não há nada neste mundo que possa mudar este ciclo vicioso. Mas a grande questão é, como fazer para se reerguer?

terça-feira, 22 de março de 2011

Mal-estar

Eu realmente invejo as pessoas que estão de bem com a vida e com elas mesmas. Faz muito tempo que não me sinto bem, algo realmente forte está bloqueando tudo que eu posso sentir de bom, e eu já sei o que é. Engraçado como esse tipo de coisa acontece de repente, e posso garantir que isto é horrível, não me deixa pensar direito, nem viver direito. Sempre depositei toda a minha fé na esperança de que algo de bom poderia acontecer, pois a esperança é a última que morre. E hoje ela morreu, sem mais nem menos. A esperança de que esta coisa boa poderia acontecer morreu, junto com todo o resto de coisas boas que eu acreditava que poderiam acontecer. Agora, tudo o que resta em mim, são os sentimentos de culpa e de mal-estar, que sei que vão me assombrar por um longo tempo, até eu conseguir me recompor e iniciar uma nova vida, repleta de coisas boas e novas esperanças. Eu cansei de tudo isso, de sofrer por coisas completamente bobas, de sofrer por causa dessa merda toda. Eu desisto.

sábado, 19 de março de 2011

Dia

Ninguém pode saber o que vai acontecer no dia de amanhã. Nós não podemos saber, os profetas não podem, e nem mesmo os cientistas. O dia de amanhã é algo que somente irá acontecer amanhã, tudo o que acontecer naquele dia, nunca mais se repetirá. Você até pode repetir o que você fez naquele dia, mas nunca vai ser a mesma coisa. Me pergunto, quais surpresas virão no dia de amanhã, o que eu irei fazer ou o que eu irei sentir. Isso eu só vou poder saber amanhã. Às vezes seria bom saber o que iria acontecer no outro dia, mas algumas vezes é melhor deixar para saber no momento em que as coisas irão acontecer. Mas, por mais que a vontade de saber o que vai acontecer no outro dia seja grande, o correto é deixar as coisas fluírem do jeito delas, e esperar pacientemente. Mas também, existem vezes que não queremos que o amanhã chegue, essas vezes que o dia de hoje é o melhor dia de sua vida,e que por mais que você queira vivê-lo de novo, não irá poder. O ciclo natural dos dias é assim, e devemos aceitá-lo, até quando queremos quebrar este ciclo e repetir ou avançar os dias.

terça-feira, 15 de março de 2011

(In)Feliz

O almejo por um futuro bom me tornou tão obsessivo, que acabei sem ele. Sempre tive esperanças de que um dia algo bom iria acontecer comigo, mas parece que isto acabou. Perdi as esperanças. Nada mais parece ser real, de fato, neste mundo repleto de pessoas loucas, de pessoas que gostam de te iludir, de pessoas que te discriminam, de pessoas que só gostam de você por interesse. A minha mente produzia uma realidade, que era melhor que a realidade, as vezes. Mas infelizmente, a realidade destruiu a minha realidade, me deixando apenas destroços de coisas que nunca chegaram a existir. Fico me perguntando qual o sentido disso tudo, por que as pessoas gostão de ver os outros sofrer. Não imagino qual deve ser a sensação de fazer uma pessoa sofrer, mesmo involuntariamente, deve ser algo terrível. Estou cansado disso tudo.

sábado, 12 de março de 2011

Teatro

Tudo isto não passa de uma grande peça de teatro muito bem interpretada, todos os atores são extremamente convincentes e sabem mexer com os seus sentimentos de tal forma que somente você pode decidir o final desta peça, se ele vai ser bom ou mal. Enquanto eu vivencio esta peça, estes atores conseguem mexer com meus sentimentos, a ponto de me deixarem completamente confuso. Quero acabar com esta merda toda logo e voltar a ser como era antes, sem preocupações, sem sentimentos fortes, sem peça e sem atores. Entrei nesta confusão toda sem querer, e agora somente eu posso mudar esta história toda. Chegou a hora, estou decidido a fazer o que eu acredito que devo fazer, se vai ser bom ou ruim, só vou saber depois.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Chuva

O tempo estava escuro, as primeiras gotas de chuva estavam começando a cair. Observando a chuva, tentei me lembrar qual foi a última vez que tomei um banho de chuva, fazia muito tempo. Sem pensar muito, sai de casa e comecei a curtir. Ah, eu havia me esquecido como era boa a sensação de ter a alma lavada pela água da chuva, esquecer todos os seus problemas em poucos segundos e curtir aquele momento como se fosse o último de sua vida. A chuva começou a ficar forte, e então entrei em casa, me sequei e continuei observando ela cair, com toda sua simplicidade e grandiosidade.

terça-feira, 8 de março de 2011

Vida

Mas que merda, acho que eu fodi tudo outra vez. Se foi algo que fiz ou que disse, só vou saber depois. Não sei se as coisas realmente mudaram, ou eu que estou vendo coisas, pois de repente, tudo que parecia bom, foi colocado dentro de uma caixa e enterrado. Estou tentando entender qual o sentido disso tudo, pois não quero viver tudo isso de novo, ter falsa sensação de que tudo está indo bem até que em poucos segundos, tudo volta a ser a merda que era. Não quero mais participar deste ciclo maldito, quero um desfecho para isso, não me importa se for algo bom ou mal, só preciso de um final. Cansei de ser iludido, preciso parar de dar bobeira e resolver isto logo. Também preciso parar de achar que sou eu que estrago tudo, ter esta maldita sensação de que sempre estou fazendo merda, de que a culpa é sempre minha. Quem sabe, ao menos uma vez, as coisas não possam ser diferentes por aqui, quebrar esta rotina um pouco, parar de me culpar e começar a observar a situação de outras maneiras. Espero que um dia isto aconteça.

sábado, 5 de março de 2011

Parede

Não consigo ficar tranquilo enquanto sei que esta maldita parede está em minha mente. É praticamente impossível pensar, não sei o que fazer. Esta merda de bloqueio mental simplesmente acabou com tudo, está difícil de pensar até mesmo em coisas óbvias do dia a dia, como responder como foi o meu dia, ou até mesmo o que fiz antes de ir a tal lugar, ou fazer tal coisa. A única coisa que me motiva a vencer este bloqueio, é a imagem do que está por trás dele. Um mundo repleto de coisas e pensamentos, das paisagens mais belas até as mais obscuras, dos pensamentos mais trágicos até os melhores. É disso que eu preciso. Então, paro de reclamar e começo a agir, com uma marreta, derrubo esta merda desta parede que bloqueia todos os meus pensamentos, minhas imagens, meus sonhos, minhas rotas de fuga, minha vida. Finalmente, depois de um longo tempo, tudo voltou ao normal. A paz reina dentro de minha mente. As ideias começam a surgir de modo incessante, uma sobrecarga de ideias aconteçe. Controlo a situação, e então, começo a escrever.

terça-feira, 1 de março de 2011

Criatividade

A falta de criatividade para escrever um texto vem me deixando nervoso ultimamente. Fico encarando o painel por horas, esperando alguma ideia surgir em minha mente, mas nada. Não sei mais o que faço, escrever é uma das poucas coisas que realmente gosto de fazer. Quando a ideia para um texto vem, não tenho nada em mãos para anotá-la, por isso, acabo a esquecendo. Esquecer uma ideia é uma merda. Por isso através deste, venho aqui dizer para vocês que acompanham o blog, que os posts não serão mais diariamente. postarei quando estiver com a cabeça boa e ideias realmente boas. Obrigado.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

A Ascensão

Olho em volta e procuro um ponto de apoio, não consigo me mexer. Não enxergo nada, está tudo escuro e pelo que eu consigo sentir, estou em uma sala completamente vazia. Procuro manter a calma e tentar enxergar algo. Avisto uma luz branza, mas ela está muito longe do lugar de onde estou. Os únicos barulhos que escuto são os de minha respiração, e de meus pensamentos. Sinto meus movimentos voltando e consigo me sentar, mas perco as forças rapidamente. Pensando em como sair daquele lugar, penso em gritar por socorro e tento, mas estou completamente sem voz. Começo a ficar preocupado, não sei onde estou, tudo que sei é que estou sozinho em um lugar escuro, sem forças e a única luz que enxergo é a branca que está longe. Começo a escutar passos vindo de longe, quem sabe pode ser o meu fim ou a minha ajuda. Os passos se aproximam a cada segundo, procuro por uma saída, mas não encontro nada, o jeito agora é esperar e rezar. Os passos param quando estão muito próximos de mim, uma luz forte se acende, minha visão embaça, enxergo uma mão estendida em minha direção. Sem titubear eu agarro ela, e ela me levanta. É a minha salvação.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A Queda

Eu estava dentro de um avião, me preparando para saltar de paraquedas, as últimas instruções já haviam sido dadas, tudo estava pronto. Quando me posicionei para saltar, o piloto do avião disse para abortar o salto pois o avião sofria de problemas técnicos. Perguntei para ele qual era o problema e ele disse que não sabia. O avião começou a cair rapidamente, todos dentro dele perderam o controle e começaram a se desesperar, eles estavam gritando, chorando, rezando e pedindo perdão por todos os pecados que já cometeram. Quanto mais ele se aproximava do chão, mais eu pensava em todas as pessoas que eu gostava e realmente me importava. E então ele caiu. A escuridão surgiu, acordei no hospital cercado por pessoas que diziam ser meus parentes e médicos de todos os tipos. Me disseram que fiquei desacordado por 2 dias. Fui o único sobrevivente pois cai do avião pouco antes dele atingir o chão. Fui me lembrando pouco a pouco das pessoas, primeiro me lembrei dos familiares, depois dos amigos e depois de alguns conhecidos. Todos os sentimentos que eu tinha pelas pessoas que eu conhecia, desapareceram. Estou começando uma nova vida.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Maestro

Estava escuro, todas as luzes estavam voltadas para o palco. A orquestra inteira estava lá, todos em seus devidos lugares, afinando seus instrumentos. De repente, todas as luzes se apagam. E então um pequeno feixe de luz é voltado para o maestro, que acaba de subir ao palco. A plateia toda se levanta e aplaude o maestro. Ele se curva diante da plateia em forma de agradecimento, e pede para todos se sentarem. Respeitosamente, todos se sentam e esperam excitados pelo começo. E então os tambores começam a bater ritmicamente, no mesmo ritmo do coração. Tum tum, tum tum, tum tum. Logo após, os violinos e violoncelos entram em ação, o som das cordas do violão e do contra baixo acompanharam eles, com toda a harmonia que podiam proporcionar. O som do pequeno triângulo podia ser ouvido de longe. Quando eu menos percebi, todos os instrumentos já estavam sendo tocados. Fechei meus olhos e viajei em meio a todos aqueles sons. Quando dei por mim estava no meio de um campo completamente aberto, várias plantas e apenas uma única árvore. O som da orquestra podia ser ouvido claramente do lugar onde eu estava. Caminhei até a árvore, sentei em seu pé e observei o campo por horas. Enquanto observava, refleti sobre as coisas boas da vida e percebi que aquilo que estava fazendo era uma delas. Aquele momento era único e indescritível. Se eu pudesse fazer uma lista das coisas boas da vida naquele momento, ela ficaria assim: se banhar na queda de uma cachoeira, sentar no pé de uma árvore e observar o lugar, tocar violão e passar um dia agradável com os amigos. Me levantei e caminhei por aquele imenso campo, os graves dos violoncelos cresciam a cada passo que eu dava. Enquanto caminhava observei as flores que estavam no campo, dançarem suavemente ao som da orquestra. Elas iam de um lado para o outro com tanta suavidade, que parecia surreal. Quando dei por mim, estava sentado na plateia, vendo o maestro agradecer a presença de todos e se despedir, assim como todos os integrantes da orquestra. Todos que estavam na plateia aplaudiram de pé a orquestra e o maestro, e partiram, assim, para suas casas, assim como eu fiz.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Desilusão

A vida vive nos pregando peças, a cada instante ela prega uma. Me sinto desconfortável ao saber disso, pois parece que nosso destino está fadado a sermos enganados a cada instante possível. Por um breve momento me descuidei e a vida agiu sobre mim, pregando uma de suas peças mais traiçoeiras possíveis. No início ela age sorrateiramente, você só percebe que foi atingido depois. Você começa a ver o mundo de outra maneira, com a mente mais fechada, com o pensamento focado somente em uma coisa. Qualquer sentimento é elevado ao extremo,você pode ir de feliz para triste em poucos segundos. Quando você percebe o que aconteceu, todo cuidado é pouco. Você tenta fugir, mas depois vê que ja é tarde demais. Esse sentimento é uma merda, essa peça que a vida pregou é uma merda, ilusão é uma merda. Ficar iludido é uma das piores coisas que tem. Quando você percebe que foi iludido, tudo aquilo que você sentia e que achava que sentiam por você, desaparece em questão de segundos e então um grande vazio surge dentro de você, e você começa a se questionar sobre tudo e pensa que tudo agora é uma grande ilusão, por mais que algum sentimento que sintam por você ou você sinta pelos outros seja real. Toda essa desilusão cai forte sobre você, ela abre os seus olhos para a realidade, e o mundo que você vivia enquanto estava iludido, desaba. E este ciclo vai se repetir por várias e várias vezes, até o dia que você conseguir impedir a vida de pregar esta peça em você.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Tempo

Observo o dia passar diante de meus olhos sem ao menos perceber. As horas passam que nem segundos, tudo que acontece é muito rápido. Os momentos que tenho com as pessoas que gosto e que realmente me importo, são poucos e rápidos. Antes o tempo não passava tão rápido assim, não sei o que aconteceu. Não sei se sou eu ou se o tempo realmente enlouqueceu e começou a correr. Agora eu aposto uma corrida contra ele, e meu objetivo é vencer. Caso eu o ultrapasse por um breve momento, gostaria de reviver alguns momentos e guardar outros para sempre. Sei que vou poder sempre guardá-los em minha mente, mas gostaria de viver aquilo novamente, nem se fosse apenas uma outra vez. Mas, por mais breve que fosse este momento de vitória sobre o tempo, ele me ultrapassaria e me deixaria muito para trás. Gostaria que o tempo voltasse a ser como era antes, sem se importar em demorar para passar, fazendo a noite chegar da maneira mais devagar possível, tornando o dia extremamente longo. Gostaria que as horas voltassem a ser realmente horas, e não apenas segundos. O triste é que se continuar assim, os dias vão passar mais rápidos do que já estão passando, e os momentos que estão por vir, serão breves, sejam eles os eternos ou os bons momentos.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Epifania

Estou arrumando a mala para uma viagem só de ida. Meu destino é o mundo, quero conheçer novos lugares, novas pessoas, novos hábitos. Termino de arrumar a mala e parto mundo a fora. Não me despeço de ninguém pois todos estão dormindo e eles não fazem ideia de que estou partindo. Na rua, começo a caminhar sem rumo, somente eu e meus pensamentos. ''Finalmente vou abandonar esta merda toda, vou ser livre para ir e fazer o que quiser, onde e como eu quiser.'' penso eu. Após horas de caminhada, paro em frente a rodoviária, entro nela e compro uma passagem só de ida para Brasília. Não sei por que escolhi Brasília, nunca fui pra lá e nunca pensei em ir. Enquanto esperava o ônibus, observava as coisas que aconteciam ao meu redor. Vi pessoas sendo assaltadas, pobres pedindo esmolas, vendedores ambulantes vendendo coisas completamente inúteis, vi pessoas reencontrando seus familiares após muito tempo. Aquela cena realmente me deixou apreensivo, pensando se realmente devo partir, mas a passagem já foi comprada e já esperei o bastante por isso. Enquanto o ônibus não chegava, tirei um cochilo. Tive um sonho que não fez sentido algum, estava conversando com uma pessoa que eu não conhecia, quando algo me atingiu fortemente na parte de trás da cabeça e eu caí. Então eu acordei assustado, olhei em volta, passei a mão na parte de trás da cabeça pra ter certeza de que tudo aquilo não passava de um sonho. Quando tive esta certeza, me levantei e caminhei por um momento, foi quando senti algo muito forte e percebi de que isto que eu estou fazendo é uma burrice. Rasgo minha passagem e volto para minha casa, percebendo que me sinto melhor e que todos os problemas desapareceram. Percebo que a origem da minha cura e do meu problema é você.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Prisão

Busco nas mais profundas memórias que guardo, a resposta para me livrar desta situação. Procuro por argumentos válidos que me tirem dessa. Estou cercado por dúvidas e incertezas que voltaram para me assombrar, após tanto tempo e elas ficam me questionando sobre o que é o amor e qual é o sentido de tudo. Não sei, simplismente, não sei. E então, cercado pelas assombrações de meus problemas passados, vejo um grande clarão e caio. Pela primeira vez meu rosto conheceu a dureza gélida que um chão pode proporcionar. Após me recompor, percebo que estou em um lugar diferente, um lugar que nunca tinha visto até então.Estou preso, dentro de uma pequena cela, com apenas uma pequena pia, um caderno e um lápis. Tento encontrar alguma ligação entre isto, mas não consigo. Algum tempo depois, pego o caderno e começo a escrever coisas sobre o amor e sobre o meu passado. Associo os dois de maneira lúdica e vejo que eles combinam perfeitamente, mas apenas no passado. No presente, a associação com a palavra amor não acontece. E então retorno para as profundezas de meus pensamentos, mas fui interrompido por passos que vieram de longe e pararam apenas na frente de minha cela. Não consegui ver ninguém, apenas escutei vozes, todas falando várias coisas ao mesmo tempo e não pude compreender uma palavra sequer, até que uma voz se sobressaiu entre as outras e ouvi claramente a sua mensagem. Me levantei depressa, a porta da cela foi aberta sem fazer um ruído sequer. Apanhei o caderno e o lápis e fui seguindo as vozes pelo corredor. Notei que a minha cela era a única em um grande corredor, que ao final dele, havia uma pequena porta. As vozes disseram para eu abrir esta porta, e entrar na sala que havia do outro lado dela. Segui as ordens das vozes cuidadosamente e quando eu abri a porta, uma surpresa. Descobri que estou preso dentro de minha própria mente. Vagando mente adentro, descubro respostas para várias perguntas, vejo coisas que nunca pensei em ver em toda a minha vida. Procurei as respostas para as perguntas que as assombrações haviam me feito, mas não as encontrei. Persistente, procurei em todos os lugares que a minha mente podia esconder, mas não obtive sucesso. Desolado, voltei para a porta que me levava de volta para o corredor onde havia a pequena cela. Quando abri a porta, tentei me comunicar com as vozes, mas elas não estavam lá, então comecei a correr desesperadamente, em busca de uma saída de minha própria mente. Como não havia saída, voltei para a minha cela, fechei meus olhos e me perguntei o motivo daquilo tudo. Quando abri meus olhos, não estava mais na cela, estava cercada pelas assombrações de meu passado de novo e elas me perguntavam se eu havia encontrado as respostas para seus questionamentos, e eu disse que havia. Disse para elas que o amor é algo completamente inexplicável, que é uma grande atração que você pode sentir por uma pessoa. Enquanto continuava relatando minhas respostas para as assombrações, uma delas me pergunta se algum dia já amei, e eu respondo que sim. E então, após esta minha resposta, todas elas desapareceram, e desde então, eu nunca mais fui perturbado por assombrações de meu passado.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O Plano

Navego em um mar de pensamentos, sofrimentos e angústias, não me sinto confortável com o que está acontecendo em minha volta. Penso em me jogar neste mar e nadar no meio de tantos problemas e conseguir esquecê-los. Eu não queria estar aqui neste momento, eu não queria estar vivendo isto. Eu não queria ser eu neste momento. Paro de pensar e começo a agir, deixo os remos de lado e pulo no mar. Começo a nadar em meio a tantos problemas e consigo fazer o que queria, ignorá-los. Mas de repente me pego divagando sobre os problemas que enfrento no dia-a-dia e me afogo. Luto para voltar para o barco, mas os problemas insistem em me puxar para o fundo. Quando penso que já fui vencido, vejo que sou mais forte que os problemas que insisto em enfrentar diariamente, então me livro deles e volto para o barco. Dentro dele, começo a remar de volta para a terra, mas não é uma tarefa fácil. Está começando a anoitecer, o mar está calmo, e então deito no aconchego de meu barco, fecho meus olhos e tento dormir. Nos meus sonhos, estou longe de todos os problemas, em uma terra perfeita, deitado em uma rede compondo canções sobre as coisas boas que a vida nos oferece. Porém, ele aparece, o amor, e utiliza de suas armas mais poderosas para transformar minha terra perfeita em um lugar completamente caótico. Tento correr dele, mas não a como fugir. E então, como uma flecha, ele entra em meu coração e todo aquele sonho se desmancha. Abro meus olhos, olho em volta e vejo que já estou perto do meu destino. Depois de uma noite agitada, recomeço a remar e noto que os problemas já não estão tão vísiveis como estavam antes. Após um pequeno tempo, chego em meu destino. Uma ilha com um pequeno povoado, lugar ideal para se ficar quando quer esquecer seu problemas. Após chegar em meus aposentos, deito-me e começo a pensar se realmente vale a pena ficar longe de todos os problemas. As vezes, os problemas são as coisas que nos fazem persistir em deixar a nossa vida melhor, fugir deles pode fazer você esquecê-los, mas um dia eles irão retornar para você com força total, e fugir novamente não vai adiantar. Após refletir sobre este pensamento, o plano agora é voltar para os problemas e encará-los de frente, somente assim poderei superá-los. Recolho minhas coisas, pego o barco e lá estou novamente navegando no mar de pensamentos, sofrimentos e angústias, a diferença é que agora estou disposto a enfrentar qualquer tipo de problemas que aparecer em meu caminho , a fim de encarar o problema principal, que me aflige até hoje: o amor.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A Fuga.

Estava pensando comigo mesmo, qual o sentido da vida. Não consigo me decidir qual rumo tomar, o que fazer. Me sinto sozinho, no meio de milhões de pessoas. Me sinto mais solitário como nunca estive, as vezes chego a pensar que nada disso vai mudar e que meu destino é ser solitário para o resto da vida. Momentos que passo com amigos, chego a me distrair e até consigo ''me enganar'' , pensando que não estou sozinho. Mas é apenas uma máscara, que visto, para esconder toda a angustia e tristeza que carrego comigo. O dicionário define solidão como ''sentimento no qual a pessoa sente profunda sensação de vazio e isolamento''. Pode ser isso mesmo que esteja acontecendo. Mesmo rodeado por amigos e por pessoas que dizem se importar comigo, me sinto só, sinto falta de algo em minha vida. Não posso me considerar uma pesoa feliz, pois o meu problema é com o amor. Ah, o amor, sentimento universal onde você sente algo muito forte por uma pessoa, uma coisa inexplicável, que é o amor. Mas me pergunto, se o amor é inexplicável, por que inventam explicações como essas? Nem mesmo os mais sábios dos sábios podem desvendar os mistérios desta complicação que chamamos de amor. Já escrevi poesias e canções de amor, para amores que nunca vivi. Como diria Roberto Frejat ''Procuro um amor, que seja bom pra mim. Vou procurar, eu vou até o fim. E vou trata-la bem, pra que ela não tenha medo. Quando começar a conhecer. os meus segredos.'' . Para quem não sabe, Roberto Frejat é o vocalista da banda Barão Vermelho, é um excelente cantor e compositor, a música citada se chama ''Procuro um Amor''. Escuto pessoas dizendo que vai amar a outra até a sua morte, que o amor deles é para sempre, mas, como diria Renato Russo ''o pra sempre, sempre acaba''. E parece que o amor nunca chegou por aqui, não que eu saiba. Procuro um ponto de apoio, um ponto de fuga, uma mudança drástica em minha vida que no momento está afogada por pensamentos , mágoas e solidões. Sei que em algum lugar aí fora, neste imenso mundo, existe alguém que procura a mesma coisa que eu. Que tem as mesmas ideias, sobre todos os assuntos. Devo começar uma busca incessante por tal pessoa, sei que ela não caíra do céu, como um anjo. Por isso deixo por aqui em exposição, todas as minhas ideias e pensamentos.