terça-feira, 25 de outubro de 2011

Prisão

- Pena que ele ficará ai pra sempre.

Foi a última coisa que ele ouviu, após ser trancafiado e esquecido por lá. De vez em quando aparecia alguém para visitá-lo, porém, nunca respondia quando falavam com ele.

Não os respondia pois estava longe demais para isso. Gostava de ficar longe, vagar por vastos campos, completamente sozinho, apenas com alguns bichos para apreciar e algumas frutas para comer.

Quando não estava nos campos, estava ouvindo o seu velho rádio, sentado próximo à lareira, coisa que mais gostava de fazer antes de o trancafiarem.

Até onde se lembra, nunca reclamou de estar ali, afinal, não tinha escolha. Não se pode escapar da morte.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

3 - !

Ao acordar, sentiu seus braços amortecidos e sentia muita dor de cabeça. Olhou em volta e percebeu que não estava mais na casa do velho. Estava dentro de uma jaula em um local fechado, sem qualquer tipo de entrada de ar ou luz. Havia apenas uma vela, que já estava no toco.

Desesperado ele começou a gritar, porém, ninguém podia escutá-lo. Até ele se dar conta disso, já havia perdido a voz. Quando achou que tudo já estava perdido, escutou ao longe uma porta abrindo e vários passos apressados em sua direção. Um grande feiche de luz foi lançado em sua direção, quase o cegando. Enquanto sua visão estava embaçada, escutou a jaula abrir e sentiu uma forte pancada na cabeça, o deixando tonto.

Enquanto estava tentando se levantar, ainda tonto, outra pancada. Foi nocauteado. Ao fundo, várias pessoas conversavam, parecia que estavam tentando chegar a um acordo. E chegaram. Ele pode ouvir claramente um deles dizendo:

- Esse cara já era. Acho que foi a nossa experiência mais trabalhosa nesses últimos anos, não?
Enquanto ele estava tentando entender o porquê daquilo, outra pessoa começou a falar:

- Vamos aceitar este fato, não precisamos mais de "ratos" para fazer os testes por nós. Já sabemos que a viagem no tempo é possível, nossos portais são provas claras disso.

"Portais", ele pensou. "Rato", "testes", "viagem no tempo". Ele não passava de um rato de laboratório, de um nada, era apenas mais um, outra vítima de pessoas que apenas visavam a viagem no tempo e o lucro que poderiam obter com isso.

Antes que ele pudesse se mexer, uma terceira voz falou:

- Vamos acabar logo com isso.

Então, outra pancada em sua cabeça, porém, muito mais forte que as anteriores.

Desmaiou.

Abriu os olhos. Se levantou, olhou bem em volta e se deitou de novo. Não fazia a menor ideia de onde estava. Assustado, se levantou rapidamente e seguiu em direção a porta. Ao passar por ela, algo de estranho aconteceu.